TV local como mecanismo de inscrição : Estudo Porto Canal 2
Na sequência do anterior artigo (Agosto 2011), sobre a reflexão do fenómeno das TV Locais, seguem-se os resultados obtidos da II parte da investigação sobre segmentação e mercado do Porto Canal.[i]
Um dos objectivos principais deste estudo é perceber a expansão geográfica do Poro Canal. Assim, a direcção do Porto Canal definiu as áreas geográficas prioritárias de aplicação, formando os seguintes estratos: Porto, Maia, V. N. Gaia, Gondomar, Matosinhos, Valongo, Guimarães, Braga e Vila Real Deste modo, o pré-teste e o questionário final foram aplicados nestes concelhos. O número total de inquiridos foi de 441 participantes.
Procedimento
Devido à natureza do estudo, recorreu-se a um tratamento univariado das variáveis sócio-demográficas que permitiram segmentar a população dos telespectadores. O tratamento estatístico foi baseado na análise de tabelas cruzadas ou de contingência, análise gráfica destas tabelas através da análise de correspondências. O posicionamento do canal relativamente aos atributos foi efectuado recorrendo a uma análise discriminante multivariada aos mapas perceptuais resultantes.
Análise ao mercado
Variável
|
Número
|
Percentagem
|
|
Televisão por cabo ou
satélitesatélite |
|||
satélite | Sim | 372 | 85,3% |
Não | 64 | 14,7% | |
Operador | |||
Cabovisão | 27 | 7,30% | |
ZON TV Cabo | 188 | 50,50% | |
MEO | 117 | 31,50% | |
Clix Smart TV | 7 | 1,90% | |
TV TEL | 6 | 1,60% | |
Não sabe/responde | 27 | 7,30% | |
Variável | Número | Percentagem | |
Já viu o Porto Canal? | |||
Sim | 271 | 62,30% | |
Não | 164 | 37,70% | |
Com que frequência vê o Porto Canal | |||
Não vejo | 55 | 20,40% | |
Muito pouco | 127 | 47,20% | |
Pouco | 68 | 25,30% | |
Muito | 16 | 5,90% | |
Bastante | 3 | 1,10% | |
Em que horário vê o Porto Canal | |||
Manhã (até 13h) | 18 | 8,80% | |
Tarde (13h-18h) | 34 | 16,60% | |
Noite (após as 18h) | 111 | 54,10% | |
Sem horário definido | 42 | 20,50% | |
Acha o Porto Canal um retrato da RMP? | |||
Discordo Muito | 12 | 5,60% | |
Discordo | 22 | 10,30% | |
Concordo | 150 | 70,10% | |
Concordo muito | 30 | 14,00% | |
Acha que o Porto Canal transmite o estado de espírito da Região Norte? | |||
Nada | 9 | 4,4% | |
Muito Pouco | 14 | 6,8% | |
Pouco | 59 | 28,8% | |
Muito | 100 | 48,8% | |
Bastante | 23 | 11,2% | |
Acha que o Porto Canal transmite o estado de espírito do Porto? | |||
Nada | 9 | 4,4% | |
Muito Pouco | 6 | 2,9% | |
Pouco | 29 | 14,2% | |
Muito | 113 | 55,4% | |
Bastante | 47 | 23,0% | |
Revê-se nos ideais do Porto Canal? | |||
Não | 35 | 16,9% | |
Muito Pouco | 19 | 9,2% | |
Pouco | 86 | 41,5% | |
Muito | 60 | 29,0% | |
Bastante | 7 | 3,4% | |
Conclusões
Em termos gerais, este estudo torna visível que o Porto canal apesar de ter uma imagem positiva no mercado e representar alguns valores da cidade e região, manifesta fracos resultados no que respeita ao fenómeno da identificação.
De igual forma, apesar de ser conhecida, a estação é pouco vista.
Com uma história muito recente, o Porto Canal resiste à incredulidade e descrença que tem acompanhado a história dos meios locais na cidade do Porto.
Durante a vigência dos primeiros dados apresentados, concluiu-se que estação não teria vocação regional em efectivo, mas tem importância local: é reconhecida a nível da AMP pelo contacto nas ruas e pela participação popular em fóruns e debates.
A presença e visibilidade do meio estão em crescimento, para que se crie a convergência e a afectividade entre o espaço e a sua gente; falta-lhe ainda, por razões óbvias, alguma “garra” que punge a identificação e a identidade.
Por outro lado, arriscamos afirmar que não verificamos ainda uma invocação decisiva da sociedade e das instituições de peso local em relação à estação, o que compromete a sua evolução e arremesso; cria-se um ciclo de virtualidade existencial que não é positivo para a geração de reconhecimento e sinergia entre ambas as partes da relação: canal e audiências. Actualmente, o cenário altera-se com a mudança de estratégia mais regional que se adivinha para o canal e igualmente, com a ligação ao FCP.
[i] O tratamento estatístico dos dados resulta da colaboração do Gabinete de Estudos e Planeamento do ISMAI na pessoa do Doutor Amadeu Sousa Fernandes. Dados recolhidos entre Setembro e Dezembro de 2010.
- Publicado em City Marketing